
Estou em Belém, participando da COP30, a 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o maior evento mundial voltado à discussão e negociação das ações de enfrentamento à crise climática.
Sediar este encontro é um marco para o Brasil e, especialmente, para a Amazônia. A cidade pulsa com a energia de mais de 50 mil pessoas, entre diplomatas, cientistas, empresários, ativistas e representantes da sociedade civil, todas reunidas para debater como transformar o discurso climático em ação.
O Brasil liderando pelo exemplo
Na abertura da conferência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lembrou a tragédia climática recente no Paraná, usando-a como exemplo nítido das mudanças climáticas. Ele defendeu a integração entre municípios, Estados, Governo Federal, setor privado, universidades e sociedade civil para o enfrentamento e adaptação, que é a palavra chave do evento.
Ficou clara a mensagem de que o desenvolvimento sustentável é, antes de tudo, um compromisso com a vida.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou esse ponto ao lembrar que não existe implantação de políticas climáticas sem financiamento. Durante a inauguração do Pavilhão do Clima, o Ministério entregou à sociedade um espaço de diálogo com 140 painéis voltados à construção de soluções democráticas, inclusivas e economicamente viáveis.
Foi um momento simbólico: o Brasil se apresentando ao mundo como protagonista da ação climática.
Clima, inclusão e diversidade
O segundo dia da COP30 também trouxe uma série de eventos voltados à inclusão social e justiça climática.
Foram lançados relatórios de monitoramento climático e abertas agendas paralelas de povos indígenas e comunidades tradicionais.
As discussões mostraram que a ação climática precisa ser também uma política de redução de desigualdades, conectando o meio ambiente à dignidade humana.
O papel da construção sustentável
Em entrevista organizada pelo grupo de trabalho do qual faço parte, representantes da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) dialogaram com representantes da Construction21. Na pauta: os desafios da construção sustentável no Brasil.

A construção civil tem um papel estratégico na transição ecológica das cidades, combinando eficiência energética, conforto ambiental e inovação tecnológica. É um setor capaz de liderar a mudança.
Representando a proActive na COP30
Tenho a honra de participar da COP30, integrando a comitiva da França, presente nas discussões oficiais e multilaterais realizadas em Belém.
Representar a proActive nesse ambiente é reafirmar o compromisso que assumimos, há mais de 25 anos, com a sustentabilidade aplicada à construção civil e com o desenvolvimento de cidades mais humanas e resilientes.
Estar aqui é entender, de forma viva, que técnica, política e sociedade precisam caminhar juntas.
A COP30 deixa claro que sustentabilidade não é um conceito, é uma urgência.
E o Brasil tem todas as condições de liderar pelo exemplo.
A COP30 nos lembra que sustentabilidade não é apenas uma diretriz de projeto, mas um compromisso de civilização.
E as cidades são o palco onde esse compromisso se transforma em realidade.
Ana Rocha – Direto de Belém (PA)
Presidente da proActive









