Para comemorar este dia especial falaremos de estratégias simples de Gestão da Segurança, para sensibilizar a sociedade e auxiliar as empresas de Construção. Um conceito essencial é compreender que quando tratamos de Segurança no Trabalho estamos trabalhando com conceitos de “Gestão” e não apenas de “Segurança” em si.
A própria NR-18 coloca de forma clara que ”… tem o objetivo de estabelecer diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização…”. Assim, em fundamento, as estratégias de segurança em canteiro de obras devem necessariamente se apoiar em ferramentas de gestão, que por sua vez é realizada por dois processos principais: o “planejamento” e o “controle”.
Dentro desta visão, a primeira estratégia é levar ao conhecimento de todos os colaboradores do canteiro os “Planos”, de forma que possam antecipar possíveis riscos à sua própria segurança. Aqui cabe uma dica importante: esses planos devem ficar expostos, de forma visível e de fácil entendimento.
Por exemplo, em nossas visitas em obra orientamos os gestores a divulgar o “Cronograma de Implantação das Proteções Coletivas” em pontos estratégicos do canteiro, como na portaria e áreas de vivência, o que facilita a assimilação e identificação das ações a implantar. Trata-se em geral de uma folha única, com as principais proteções coletivas em conformidade com as etapas da obra, assim é uma melhoria com custo completamente nulo.
Outra estratégia, mais avançada, é criar planos de organização do canteiro das principais etapas de serviços da Obra, conhecidos como “Projetos, Planos ou Layout do Canteiro”.
Em obras com certificação ambiental AQUA-HQE este é um requisito obrigatório e essencial. O diferencial que pode ser aplicado nesta ferramenta que muitos já conhecem, é considerar no projeto do canteiro a identificação dos riscos ambientais. Por exemplo, identificando os pontos de maior risco e atenção quanto a acústica, poeira, contaminação do solo entre outros aspectos.
A importância desta estratégia neste dia comemorativo tão especial é que esta versão avançada valoriza o foco das empresas no conceito de “adoecimento operacional”, quebrando o paradigma do setor da construção no chamado “acidente de trabalho”.
Enquanto este último dá foco apenas nos aspectos ambientais de ordem física, o primeiro se preocupa com qualquer alteração de ordem biológica e inclusive mental em decorrência do exercício do trabalho, como a exposição aos locais de riscos químicos e biológicos (vírus, bactérias etc), que é cuidado fundamental, especialmente nesta época da pandemia.
Esse depoimento é de Heitor Haga, um dos consultores que acompanha a proActive desde a sua fundação. Ele é professor das disciplinas de “Gestão” da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP e da Faculdade de Tecnologia Victor Civita – Fatec Tatuapé, com graduação, mestrado e doutorado pela USP.